sábado, 21 de novembro de 2015

Brian Ellis Group - "Escondido Sessions" (2015)

Sou um admirador confesso de Brian Ellis. Conheci-o algures em 2009 de guitarra empunhada ao serviço dos Astra, e nesse mesmo ano tive a enorme satisfação de ver ao vivo no sul de Espanha essa banda californiana que tão bem alia o Prog Rock ao Psych Rock. Em 2013 apaixonei-me pelo seu novo projecto chamado Psicomagia, uma incrível explosão de Psych Jazz onde Ellis toca superiormente saxofone. E agora, em 2015, sinto-me completamente conquistado pelo aparecimento de um outro novo projecto musical chamado Brian Ellis Group (onde Ellis está entregue às teclas). Este multi-instrumentista – criador de intermináveis projectos das mais contrastadas naturezas musicais (Psych, Prog, Jazz, Pop, Indie, Folk, World e Country) – demonstra possuir uma inteligência musical que parece não conhecer fronteiras, e prova disso é a sua obra-prima “Escondido Sessions”

Este disco lançado por uma das minhas editoras favoritas, El Paraíso Records (Causa Sui, Papir, Sun River, Psicomagia,…), é uma gritante combustão de Prog Jazz que nos provoca um constante distúrbio de prazer. Um disco tremendamente especial que, para além de Brian Ellis, conta também com a ilustre presença de outros músicos como David Hurley (Astra), Paul Marrone (Radio Moscow), Michael Hams e Patrick Shiroishi. “Escondido Sessions” encerra uma caótica, sublime e dinâmica emancipação instrumental que estimula a nossa alma a forçar a saída das costuras corporais que a confina e desabrochar cosmos adentro num visceral orgasmo que ecoará por toda a infinidade astral. A sua sonoridade convulsiva e vibrante tem em nós um efeito hipnotizante que nos mantem de pupilas dilatadas do primeiro ao último tema. Procedente da orgiástica união entre o Prog Rock e o Jazz Fusion, este disco de natureza esquizofrénica conta com um elegante saxofone que se serpenteia numa dança sedutora, uma entusiástica bateria de soberba orientação rítmica que aliada à percussão tribalista e galopante empresta ao álbum uma incrível ambiência carnavalesca, e o extasiante passeio de Brian Ellis pelas teclas harmonizando e suavizando toda a atmosfera extravagante de “Escondido Sessions”. Este é um dos caos instrumentais mais bem governados da história da música. Um disco ao qual o nosso sentimento de entrega e devoção amadurece a cada audição que lhe dedicamos.

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