quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Hills - "Frid" (2015)

Castigar-me-ia se terminasse o ano de 2015 sem descrever aquela que considero tratar-se a sublime obra-prima dos suecos Hills: o seu mais recente álbum “Frid”. Lançado no final do mês de Agosto pelo selo britânico Rocket Recordings, este álbum encerra uma consagrada procissão onde se ostenta o lado mais étnico e xamânico do Psych Rock. Esqueçam qualquer que seja a vossa convicção religiosa, pois “Frid” converter-vos-á em seus devotos peregrinos. A sua sonoridade intensamente deslumbrante e hipnótica obriga-nos a vivenciá-la de olhos selados, sorriso golpeado no rosto e a cabeça entregue a uma constante dança pendular. Este álbum é de resto um dos mais viajantes e envolventes do ano. Um verdadeiro hino ao prazer que nos seduz do primeiro ao último tema. Obedeçam a uma guitarra profética que se enfatiza com os seus solos imersivos e meditativos que nos fecundam e paralisam, a um baixo denso, pulsante e contemplativo de ritmos serenos e entorpecedores, a uma bateria tribal e jazzística de soberbas e admiráveis explorações técnicas, e uma voz espectral e inquisidora de cantos orientais que se desprende e eleva e destaca nesta profunda e sagrada nebulosidade. Num plano secundário estão ainda uma flauta de bailado serpenteante e uma cítara de estimulantes incursões. São cerca de 37 minutos de firme e vivaz encantamento que nos banha a alma e a convida à doce libertação. Chego ao final deste verdadeiro ritual completamente embriagado pelo êxtase que este exala. Comunguem esta mística radiação que nos abranda o corpo e inflama o espirito. Estamos na presença de um dos discos mais belos e agradáveis do ano.  

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