segunda-feira, 18 de abril de 2016

Review: ⚡ Sulfur Giant - 'Beyond the Hollow Mountain' ⚡ (2016)

Está finalmente terminado e lançado o álbum de estreia da banda minhota Sulfur Giant. Gravado no HertzcontrolStudio (em Caminha, Viana do Castelo) e mostrado ao Mundo no passado dia 17 de Abril em formato digital (estará disponível em vinil e cassete num futuro próximo), ‘Beyond the Hollow Mountain’ vem inundado e massajado por um carismático Heavy Psych de ares Sabbath’icos que rivaliza num firme braço de ferro com um envaidecido e perfumado Blues de feições enegrecidas. A sua sonoridade imensamente elegante e sedutora provoca em nós uma gradual rendição aos domínios de Sulfur Giant que – ao longo da audição - nos anestesia e mutuamente euforiza num doce e prazeroso equilíbrio emocional. Combinando temas inflamantes, tumultuosos e sombreados com serenas e agradáveis baladas de aura primaveril, este ‘Beyond the Hollow Mountain’ representa um álbum do qual a banda tem de se orgulhar. Para além do vistoso Heavy Psych N’ Blues de padrões Doom’escos há ainda uma brisa Progressiva que se passeia airosamente pela atmosfera inebriante de ‘Beyond the Hollow Mountain’. Agitem-se ao som de duas guitarras polidas que se distendem em riffs inquisidores, robustos e torneados, e se ostentam e transviam em gritantes, estonteantes e serpenteantes solos que nos magnetizam e amotinam. Sintam a pesada e oscilante reverberação de um baixo denso, pulsante e dançante que tonifica e obscurece os acordes, e desprendam a cabeça na instintiva resposta a uma bateria cavalgante que condimenta e estimula toda a sonoridade de ‘Beyond the Hollow Mountain’ com uma notável e redentora sensibilidade. De salientar ainda a encantada e delirante dança pelas teclas de um órgão beatificado pelo requintado Prog Rock setentista, e a reservada presença da voz frígida e hipnótica que trespassa o instrumental e se ensoberbece com distinção. Este é um álbum imensamente apaixonante que nos estarrece do primeiro ao último tema. Sintam os vossos ouvidos salivar e os vossos corações rufar ao som de ‘Beyond the Hollow Mountain’. 2016 já precisava de um disco assim (e o Rock português também).

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