sábado, 5 de novembro de 2016

Review: ⚡ The Crazy Left Experience - ‘Bill's 108th Space Odyssey’ (2016) ⚡

Muito recentemente foi-me dada a louvável e irrecusável oportunidade de comungar em primeira mão – através da Caleidoscópio Radio – o novo álbum do power-trio lisboeta The Crazy Left Exerience apelidado de ‘Bill's 108th Space Odyssey’ e que será oficialmente lançado no próximo dia 18 de Novembro em formato digital. Este poderoso enteogénico via auditivo provocara em mim uma sagrada e prazerosa levitação rumo à infinidade espacial. Baseado num envolvente, contemplativo e fascinante Psych Rock entrelaçado num lisérgico, relaxante e sidérico Space Rock, a deslumbrante, anestésica e viajante sonoridade deste novo álbum convida-nos a navegar pelo oceano cósmico a velocidade de cruzeiro, de lucidez embaciada e olhar hipnotizado e ancorado no firmamento que se reinventa à nossa passagem. De consciência narcotizada, seduzida e atrelada a toda esta atmosfera morfínica e nebulosa – retirada do mais produtivo e extravagante sonho de Timothy Leary – somos conduzidos pelas distensíveis autoestradas cósmicas que nos afunilam aos mais secretos e idosos domínios do Universo. Sintam-se orbitar uma extasiante e profética guitarra que se deslaça em solos uivantes, ecoantes, gélidos e delirantes e se envaidece em mélicos, petrificantes e comoventes acordes, um baixo imensamente dançante de linhas pulsantes, agitadas e robustas, e uma bateria jazzística de requintada e estimulante orientação rítmica. ‘Bill's 108th Space Odyssey’ é uma verdadeira odisseia espiritual que nos abraça e eteriza do primeiro ao último tema. Recostem-se confortavelmente, abram as portas da percepção e inspirem toda esta ataráxica brisa estelar. The Crazy Left Experience tem o dom de escancarar as comportas da nossa espiritualidade, arremessando-nos pelos profundos e aveludados céus cor de noite, e deixando para trás o nosso corpo completamente despido e inanimado. Este é um disco de audição obrigatória a todos aqueles que ambicionam contrariar a gravidade terrestre e aventurar-se tão para lá do lado eclipsado da Lua. Um dos melhores registos de 2016 está aqui, na lisérgica essência de ‘Bill's 108th Space Odyssey’.

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