sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Review: ⚡ The Band Whose Name is a Symbol - 'Droneverdose' (2018) ⚡

Da cidade-capital de Ottawa (Ontário, Canadá) chega-nos a nova dose de psicadelismo astral brilhantemente cozinhada pelos já carismáticos The Band Whose Name is a Symbol e apelidada de ‘Droneverdose’. Lançado muito recentemente pelo selo discográfico britânico Cardinal Fuzz nos formatos físicos de CD-R e vinil (numa edição ultra-limitada a 50 (CD) e 300 (LP) cópias existentes), este novo álbum da produtiva banda canadiana ostenta um inventivo, celestial e explorativo Psych Rock – tingido e embaciado por um místico, envolvente e hipnótico Krautrock de ares orientais – que nos intriga, deslumbra e atira na vertiginosa direcção das estrelas. Baseado em fascinantes, narcóticas e extasiantes jams de natureza alienígena, este ‘Droneverdose’ é detentor de uma atmosfera autenticamente xamânica – climatizada e temperada por uma sublime espiritualidade sideral – que nos aprisiona numa profunda, labiríntica e temulenta hipnose. Sintam-se levitar e naufragar pela extraordinária infinidade de um Cosmos sedado à arrebatadora boleia de duas guitarras messiânicas que se atiçam e multiplicam em solos borbulhantes, orgásmicos, delirantes e enigmáticos, um baixo reverberante, sólido e dançante, de linhas pulsantes, sombrias e marcantes, uma bateria detidamente entregue a uma ritmicidade absorvente, firme e galopante, um mágico e edénico sintetizador – criador de uma atmosfera verdadeiramente sonhadora – que com os seus esotéricos bailados se enfatiza e opulenta, e ainda um monocórdico cântico gregoriano que ecoa ao longo de toda esta liturgia rezada pelos corpos celestes. ‘Droneverdose’ é uma fabulosa e homérica odisseia pelo vasto e copioso enxame de fornalhas estelares. Uma ataráxica experiência sensorial que nos canaliza a consciência aos sagrados braços do transe. Empoeirem-se na nebulosa alquimia desta nova experiência psicotrópica levada a cabo pela prestigiosa formação norte-americana e sintam-se estarrecer e transcender pela verticalidade do Cosmos interior.

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